Sapos conseguem prever tremores de terra com dias de antecedência

04-12-2011 18:15

 

 

 

A debandada geral de uma colónia de sapos num lago em L'Aquila, Itália, dias antes de um sismo em 2009 surpreendeu uma equipa de investigadores. Depois de anos de estudo concluíram que estes anfíbios conseguem prever os tremores de terra com vários dias de antecedência.

A bióloga da Universidade Aberta do Reino Unido, Rachel Grant, monitorizava uma colónia de sapos-comuns (Bufo bufo) num lago em L’Aquila, Itália, quando tudo aconteceu. “Foi dramático. Em apenas três dias, a colónia passou de 96 sapos para zero”, disse a investigadora à BBC.


O estudo revela que os sapos “mostraram um comportamento muito pouco habitual antes do sismo de magnitude 6.3 na escala de Richter em L’Aquila, em Itália, a 6 de Abril de 2009”. “Dias antes do sismo, os sapos desapareceram subitamente dos seus locais de reprodução num pequeno lago a 75 quilómetros do epicentro e só regressaram depois de uma série de réplicas”, acrescenta o estudo.


Pouco tempo depois, Rachel Grant foi contactada pela NASA (agência espacial norte-americana), que estudava as alterações químicas que ocorrem quando as rochas estão sob stress extremo.


Com base em testes em laboratório, a equipa de sete investigadores concluiu que os animais detetam as alterações químicas na água subterrânea, causadas pela libertação de partículas através das rochas na crosta terrestre que estão em tensão, devido às forças tectónicas antes de um sismo. Esta cadeia química pode afetar o material orgânico dissolvido nas águas de um lago, transformando materiais inofensivos em substâncias que são tóxicas para os animais aquáticos. Segundo a equipa de investigação, os animais que vivem nessas águas ou perto delas são extremamente sensíveis às mudanças na sua composição química.

02.12.2011
Helena Geraldes

 

SABIA QUE…

 

 

Uma nova atualização da Lista Vermelha europeia revelou, a 22 de Novembro, que 44% de todos os moluscos de água doce, 37% dos peixes de água doce, 23% dos anfíbios, 15% dos mamíferos e 13% das aves estão atualmente ameaçadas.

 

 

 

 

 

https://ecosfera.publico.pt/noticia.aspx?id=1523490

Notícia enviada pela Profª Regina Marques